Mães, Constelações Familiares Sistêmicas e Espiritualidade
Falando um pouco sobre as mães, sob olhar das Constelações Familiares Sistêmicas e da Espiritualidade.
Ser mãe é, também, arriscar-se diante da vida e aceitar a vulnerabilidade dessa função. A sua vida e a sua felicidade vai estar ligada ao destino de uma outra pessoa: o filho.
Traz um caminho de amadurecimento enorme dentro da humanidade de um ser. É uma grande responsabilidade trazer uma criança ao mundo, ou de alguma forma, assumir o compromisso de criá-la, sendo que é uma oportunidade de sempre recomeçar e trazer uma energia renovadora ao processo de vida.
Há mães de filhos biológicos, mães que adotam, mães que são colaboradoras, enfim, mas todas elas passam pelo ato de germinar uma semente, de formas diferentes. E existe um tempo para a germinação, o cuidado com o preparo que vem antes e este é o plano divino.
Existe sem dúvida, além dos laços físicos, uma forte ligação entre as mães e os filhos, já muito escrito e descrito por vários autores, que falam do lado espiritual da maternidade. Entende-se que o amor maternal é tão poderoso, que é capaz de ultrapassar qualquer barreira.
Ao adentrarmos no seio de uma família, não herdamos apenas a herança genética, mas todo um sistema de crenças e esquemas de comportamento. A família é um campo de energia interior do qual processa-se a nossa evolução.
Desde o nascimento, cada ser ocupa um lugar singular e único. Há a presença da carga genética, assim como, da força do karma (ou destino para alguns).
O papel da mãe, segundo o espiritismo
Esse espírito, provavelmente, foi um amigo do passado, um familiar ou alguém que necessite de reconciliação, estando ali com uma oportunidade de juntos construírem uma nova história.
Há uma diferenciação entre o amor maternal humano e o dos outros animais. Diferentemente dos animais irracionais, o amor de uma mãe humana perpetua durante toda a vida, sendo que é marcado por extrema devoção, afeição, atenção e abnegação, mesmo que haja a morte desse filho.
Claro, que surgem muitas dúvidas dentro das mulheres mesmo antes de serem mães, mas de acordo com a espiritualidade, as mulheres são preparadas para a missão da maternidade. E, em algumas vezes, escolhem quem serão seus filhos, mas em outras, são os filhos que escolhem suas mães. Mas, o importante disso tudo é saber que todos assumem um compromisso de estarem aqui, nesta experiência encarnatória, trabalhando seus processos de cura que propiciarão suas evoluções. E, consequentemente, poderão além de aprender, também ensinar.
É a vivência da plenitude do amor maternal de alma!
Não importa o nível econômico-sócio-cultural, a tarefa é comum a todas as mulheres que assim optaram em ser mães. Porque ser mãe é muito mais do que gerar uma criança, do que abraçá-la em uma adoção… Ser mãe é sentir no peito o amor verdadeiro, genuíno… Ser mãe é amar, mas educar e corrigir quando necessário… Ser mãe é dar carinho e ser gentil… Ser mãe é mostrar sua verdade com respeito… Ser mãe é deixar o lamento de lado e olhar firme para o horizonte… Ser mãe é dar sem esperar recompensa… Ser mãe é ter a certeza de estar dando o melhor de si naquele momento… É rir, chorar, suar, ensinar, acalmar, limpar,mostrar, levar (para a escola, médico, passeios etc), juntar, partilhar, ouvir, sentir, acalmar, fazer, correr, “pagar mico”… e por aí vai…
Ser mãe é sublime em várias nuances.
Existem mães que amam tanto, a seu modo, que até sufocam seus filhos. Há outras que entendem o momento de deixá-los ir. Muitas mimam demais e acabam enfraquecendo os filhos, deixando-os com pouca autonomia nesta jornada na Terra.
Não fechemos os olhos para as mães que maltratam seus filhos, onde quase nunca conseguem ter uma relação de amor e proximidade. E, muitas vezes, têm os filhos como estranhos em suas vidas. Elas, então, aos olhos da sociedade e da espiritualidade, falham em sua missão de serem mães.
As mães, segundo Constelações Familiares
As mães nos apontam para o sucesso.
Segundo Bert Hellinger, “ nós tomamos da mãe de forma ativa”, do mesmo modo que é precisamos fazer em relação à experiência de nosso processo de viver.
Como disse Bert Hellinger: “O sucesso tem a cara de nossa mãe.” E nosso olhar para ela tem que ser de uma forma real, com todas as questões e com tudo o que faz parte, traduzindo a potencialidade de perseverar na vida.
Quando olhamos o Todo, o Universo, de um modo geral, ser mãe é ser um canal que possibilita a emanação do amor de Deus. É um amor sublime, às vezes sofrido, e que carrega grandes responsabilidades. Porque, afinal de contas, a mãe vai acompanhar todo o desenvolvimento físico, psicológico e sócio-cultural do filho. Vai ensiná-lo seus valores e virtudes, mostrar caminhos, instruir, educar, repreender quando necessário, mas vai estar lá em todos os momentos.
Ser mãe é, muitas vezes, abdicar de coisas pessoais, mesmo que por um certo tempo. Quando pensamos em “ser mãe” já nos vem à mente a palavra dedicação, porque é isso mesmo. E, mesmo falando-se de mães “comuns”, todas são capazes de coisas extraordinárias, sendo que a maior delas é o fato de poderem gerar uma vida. Uma vez que, através de seu corpo, pode alimentar o filho, também, protegendo-o do mundo exterior, dando-lhe segurança, amparo, carinho e um ambiente para que possa se desenvolver nos primeiros anos de sua vida.
Todas são mulheres que habitaram um útero, cresceram com dificuldades ou não, com seus sonhos, desejos, frustrações, conquistas, um misto de alegria e tristeza, às vezes, com grandes desafios, com os quais na maioria das situações, não sabiam lidar muito bem.
E foram muitas as lutas, os obstáculos, as comemorações, os aprendizados… e, mesmo assim, indo adiante. Mulheres guerreiras… algumas “vestidas” de mulher-maravilha! É isso mesmo?
Melhor tirar essa capa de heroína, colocar os pés no chão. Vamos olhar para as mães na sua grandeza real e mais comum. Lindo de se ver!
Não há mães sem filhos e filhos sem mãe, falando-se no sentido mais cru. E é através dessa conexão maior, de amor, que vai além da matéria, que juntos trabalhamos nesta vida por nossa cura e evolução como um todo.
E não há a mãe ideal, nem o filho ideal. Existe a mãe e o filho ligados nesse veio da herança familiar e energética que todo sistema familiar traz. E, se estamos aqui, juntos, é para sanar qualquer desarmonia existente nas relações em geral, no caso, na relação entre mãe e filho.
Segundo Bert Hellinger, o criador das Constelações Familiares Sistêmicas, quando há um desequilíbrio ou dificuldade, mesmo que inconscientemente é criado nessa relação, muito provavelmente, gerará reflexos em todas as outras áreas da vida. Com frequência, trazendo limitações enormes para a pessoa durante toda a sua vida, enquanto a questão não for identificada e trabalhada de forma séria por um profissional habilitado.
Entender e aceitar o que ocorreu, porque a pessoa fez o que foi possível e o que pôde dentro do entendimento que tinha. E, principalmente, sem julgamentos. Essa conduta traz responsabilidade por sua vida. E, ainda, reverenciamos nossa ancestralidade e tudo o que aconteceu por gerações e gerações. Eles nos deram a vida, só por isso, já existe um grande e nobre motivo para sermos extremamente gratos.
Muitos que reclamam dos seus pais olham para questões secundárias e não para o essencial. Assim, perdem o essencial. Em todas as situações onde alguém critica seus pais está diminuindo o essencial dentro de si. Fica mais estreito, menor, limitado. Quanto mais o fizer, mais limitado fica. Ao contrário, se alguém olha para o essencial e toma a vida em sua plenitude e pelo preço total que custou aos seus pais e que lhe custa , essa pessoa pode enfrentar todas as situações. (Bert Hellinger)
Dentro desse contexto, com base nos trabalhos de Constelação Familiar Sistêmica de Bert Hellinger, todos os setores de nossas vidas são afetados pelos conflitos e desajustes familiares. Assim, é necessário que haja uma reconciliação dessas forças primordiais, pelo fato dela regerem o equilíbrio de nossas vidas.
Mesmo que os pais não estejam fisicamente no plano terreno, esse trabalho precisa ser feito de forma a trazer mais paz e conforto para a vida do sujeito em questão. A harmonização do sistema familiar é a grande chave do processo.
E, por fim, ocuparmos o nosso lugar de filhos, em sua totalidade, em uníssono com as Leis Universais e com as Leis que regem os sistemas familiares. Juntamente a um comportamento maduro e consciente do quanto já recebemos dos pais.
Agradeçamos por tudo. Somos gratos pela Vida!
Feliz Dia das Mães!
Querida mamãe. Eu tomo a vida de você. Tudo. A totalidade, com tudo o que ela envolve, e pelo preço total que custou a você e que custa a mim. Vou fazer algo dela, para a sua alegria. Que não tenha sido em vão! Eu a mantenho e honro, e a transmitirei se me for permitido. Como você fez. Eu tomo você como minha mãe e você pode ter-me como seu (sua) filho(a). Você é a mãe certa para mim e eu o(a) filho(a) certo(a) para você. Você é a grande. Eu sou o(a) pequeno(a). Você dá. Eu tomo – querida mamãe. E me alegro porque você tomou meu pai. Vocês dois são os certos para mim. Só vocês! (Bert Hellinger)