Como Controlar Pressão Alta com Técnicas de Respiração

Conheça o que te dá serenidade, claridade e paz interior. Este é o caminho a seguir. (Buda)

Como a Hipertensão Arterial pode surgir?

A hipertensão arterial sistêmica (HAS), também chamada de pressão alta, é uma doença multifatorial e silenciosa, uma vez que não costuma apresentar sintomas no início. Na maioria das vezes, quando diagnosticada, já há danos no coração, na visão e nos rins.

Pode surgir em qualquer época da vida do indivíduo, inclusive durante a gravidez, porém, é muito mais comum na idade adulta e nos idosos.

A hipertensão atinge, aproximadamente, 32% dos brasileiros e estima-se que cerca de 80% das pessoas com mais de 60 anos seja hipertensa.

Pesquisas têm mostrado que o número de hipertensos tem sofrido um progressivo aumento nos últimos anos, principalmente, devido a fatores como a maior expectativa de vida, aumento da obesidade, sedentarismo e maus hábitos alimentares. E muitas dessas pessoas não fazem o controle adequado da pressão arterial, o que colabora para que a mesma seja o principal fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e de AVC.

Uma das dificuldades que há nessa questão, é o fato de ser assintomática, retardando a procura de um médico. Algumas pessoas sentem dor-de-cabeça ou mal-estar quando estão com a pressão arterial muito elevada, o que não quer dizer que esses sintomas sirvam de parâmetro para tal. Há de lembrar, que a dor em si já faz com que a pressão arterial aumente.

Os estágios da Hipertensão

A hipertensão pode ser dividida em três estágios de acordo com os níveis de pressão arterial. Mas, também precisam ser considerados outras condições que possam estar presentes, como o diabetes e histórico de AVC, para que possam determinar o risco de morte cardiovascular do paciente, como leve, moderado, alto ou muito alto. E, quanto mais elevada a pressão arterial, maior a chance da indicação de medicamentos.

Sintomas possíveis da Hipertensão

Na maioria dos casos, o paciente não apresenta sintomas. Mas, podem ocorrer: 

Com que frequência deve-se medir a pressão arterial?

A recomendação é  que o indivíduo adulto deve medir a sua pressão arterial, pelo menos, uma vez ao ano ou a cada dois anos. No caso de paciente obeso, fumante, diabético ou com histórico familiar de hipertensão arterial, a pressão deve ser medida com mais frequência, cerca de duas a três vezes ao ano.

Os pacientes que são hipertensos devem fazer a medição da pressão arterial ao menos uma vez por semana, para controle, que pode ser feito em casa, por aparelho de medição automatizado adquirido pelo próprio paciente.

Causas e fatores de risco da Hipertensão

Normalmente, a hipertensão é causada pela resistência e endurecimento maior dos vasos sanguíneos durante a passagem do sangue, gerando uma força maior do coração para o bombeamento sanguíneo.

Pode ser causada, em poucos casos,  por exemplo, por disfunções da tireoide ou em glândulas endócrinas, como a supra-renal.

No entanto, existem vários fatores que influenciam os níveis de pressão arterial, como:

Possíveis consequências da Hipertensão Arterial

A hipertensão, normalmente, está associada a diversas doenças graves, como:

Tratamento da Hipertensão Arterial

Após o diagnóstico da hipertensão, um fator primordial é a mudança de estilo de vida, que favoreça a saúde desse indivíduo, assim como, o início da terapia medicamentosa.

Algumas mudanças como: redução de peso, redução do consumo de bebidas alcoólicas, abandono do cigarro, início de atividades físicas, redução de consumo de sal, aumento do consumo de frutas e vegetais entre outros.

Além dos tratamentos convencionais, existem diversos recursos dentro das terapias complementares e integrativas, hoje comprovadamente eficazes especialmente para baixar e controlar a pressão arterial.

A importância da respiração

A respiração é primordial para manter o bom funcionamento dos pulmões e de todo corpo humano, o que a torna essencial para a vida.

Respirar é algo natural para o organismo humano, porém, apesar de necessário à sobrevivência, muitas vezes nem notamos essa ação. A respiração tem a função básica de realizar a troca de oxigênio pelo gás carbônico, sendo que realiza-se de maneira espontânea. No entanto, é executada de forma superficial, curta e rápida.

A respiração correta e adequada fornece uma série de benefícios ao organismo, uma vez que produz pressões no abdômen, que agem de forma eficiente e direta, inclusive melhorando a digestão. Também, auxilia na eliminação das toxinas que são formadas no corpo, transformando os resíduos, harmonizando as funções orgânicas e favorecendo o fortalecimento de organismos debilitados.

O Sistema Respiratório – Mecânica da Respiração

O sistema respiratório humano é formado, na sequência, por: nariz, faringe, laringe, traquéia, brônquios e pulmões.

A mecânica da respiração envolve dois tipos de movimentos: a inspiração e a expiração do ar. Na inspiração, o ar entra pelo nariz e vai até os pulmões; na expiração, o ar presente nos pulmões é eliminado para o ambiente externo. O processo é executado de forma automática, independentemente da idade do sujeito.

A maioria das pessoas apresentam um padrão respiratório deficiente, porque utilizam apenas o terço superior dos pulmões na inspiração, executando a respiração superior, superficial e rápida. Existem pessoas que apresentam problemas que interferem na mecânica respiratória, diminuindo a capacidade de respiração.

Quando a respiração é feita de forma correta, permite uma maior troca gasosa entre os alvéolos pulmonares e as veias e artérias, de forma que, com uma quantidade maior de oxigênio, as células trabalham melhor, favorecendo a boa performance de todas as funções orgânicas.

Uma boa respiração também traz vantagens como: diminuição da ansiedade, redução da pressão arterial, diminuição dos batimentos cardíacos etc.

Respirar demanda uma sincronia entre cérebro, pulmão e coração, para manter os níveis de oxigenação necessários.

Benefícios da respiração correta

Tornar-se mais consciente e aprender a respirar de forma mais adequada, favorece a diminuição do índice de problemas respiratórios, além de outros distúrbios.

Respirar corretamente é viver bem, de forma mais saudável e feliz.

Os pulmões são os órgãos responsáveis pelo trânsito dos gases envolvidos no processo, distribuindo o oxigênio por todo o organismo. Desse modo, a respiração correta possibilita uma distribuição mais eficiente desses gases por todo o corpo. Se houver alguma alteração no funcionamento dos pulmões, podem ocorrer falta de ar de maneira isolada, ou até, uma parada respiratória, em um caso mais grave. A partir disso, todo o organismo vai sofrer e o indivíduo poderá ter vários problemas de saúde.

É o órgão que bombeia o sangue para todo o organismo. Se o nível de oxigênio estiver mais baixo, resultará em alterações importantes. Quando ocorre a falta de oxigênio, há um aumento da frequência cardíaca, já que os batimentos do coração aceleram, o que afeta diretamente a pressão arterial. E, convém lembrar que, os problemas nos pulmões podem levar ao sofrimento do coração, uma vez que tudo funciona como uma perfeita sinfonia.

É o principal “combustível” do organismo e a falta dele pode ocasionar diversos problemas. A circulação sanguínea é a responsável pelo transporte de oxigênio vindo dos pulmões para todo o organismo. A falta ou possíveis alterações no sangue podem dificultar a distribuição de gases e causar problemas graves ao indivíduo.

É o órgão responsável pelo controle de todas as funções do organismo, enviando comandos nervosos para o funcionamento do corpo e, para isso, necessita de oxigênio. Na falta de oxigênio, o cérebro pode apresentar alterações significativas, prejudicando todo o organismo.

São os responsáveis pela sustentação do esqueleto.  Dependem do oxigênio para executarem as contrações musculares. Quando ocorre a baixa da taxa de oxigênio, os músculos não funcionam de forma adequada e o sujeito pode ter alterações. Os músculos precisam do oxigênio para trabalharem. A respiração correta favorecem que os músculos fiquem fortes e resistentes.

Benefícios da respiração profunda

Uma excelente estratégia para favorecer a atenção no momento presente e o centramento capaz de acalmar a mente e as sensações de desconforto é a aplicação de técnicas respiratórias. Essa sensações desconfortáveis trazem sentimentos de angústia, insegurança, ansiedade, tristeza, medo, raiva, baixa autoestima entre outros.

O ato de parar o que estiver fazendo e prestar atenção na própria respiração é uma ação extremamente eficaz.

Assim como, fazer várias respirações profundas seguidamente, para diminuir os batimentos cardíacos e a tensão muscular.

Alguns benefícios da respiração profunda:

Benefícios das técnicas de respiração

As técnicas de respiração são extremamente benéficas para controlar a ansiedade também funcionam muito bem para o organismo como um todo. Porque há ativação de todo o sistema nervoso, ou seja, de todo o corpo e os benefícios são direcionados para cada um dos sistemas orgânicos.

Com uma melhor oxigenação das células como um todo, as funções orgânicas atuam de forma mais harmoniosa favorecendo a diminuição da pressão arterial, trazendo um maior equilíbrio ao indivíduo, bem estar, reduzindo o estresse e os sintomas relacionados à ansiedade.

O segredo da saúde mental e corporal está em não se lamentar pelo passado, não se preocupar com o futuro, nem se adiantar aos problemas, mas viver sábia e seriamente o presente. (Buda)

Técnicas de respiração – Modelos práticos

Acalma a mente e o coração, e traz mais clareza mental. É a “respiração dos bebês”. É a mais conhecida e mais utilizada nas terapias e trabalhos com respiração. Coloque uma mão no peito e outra no abdômen. Faça uma inspiração profunda pelo nariz, enchendo bem os pulmões e perceba como o diafragma se alarga, elevando o abdômen, e não o peito. Segure o ar por alguns segundo, depois  expire, sinta o ar saindo e contraindo o abdômen (sua mão que está ali também abaixa, acompanhando o movimento). Repita várias vezes para treinar, por uns 10 minutos, pelo menos. Notará que sua mente apresenta maior clareza e seu coração fica mais tranquilo.

Reduz a frequência cardíaca, acalma a mente e regula a pressão sanguínea. É praticada na Yoga. Sente-se com a coluna ereta e alinhada. Relaxe todo o corpo, braços, pernas, ombros etc. Inspire de forma pausada e relaxada. Em seguida, retire a língua para fora e com a ponta tente desenhar a letra “U” no ar. Ao exercer esse movimento, inspire por 5 segundos e com muita concentração. Agora, feche a boca em silêncio e perceba as sensações dentro de você, como alívio e frescor.

 

Harmoniza a respiração e proporciona uma calma mental adequada. Sente-se confortavelmente com as costas eretas. Depois, incline a cabeça para trás. Feche os olhos e descanse as mãos nos joelhos. Agora, inspire e expire 5 vezes, de forma o mais lenta possível e pausada. Porém, aqui as expirações devem ser sonoras, onde você vai franzir os lábios como se fosse pronunciar a vogal “O”. Repita por 5 minutos. 

Eficiente na redução da pressão arterial,  do estresse, ansiedade e melhora do sono. A recomendação é fazer antes de dormir. Sente-se confortavelmente e com as costas eretas. Relaxe todo o corpo por alguns minutos. Em seguida, coloque o polegar direito na narina direita de modo a tampá-la.  Inspire pela narina esquerda enchendo completamente os pulmões, depois feche a narina esquerda com o dedo anelar direito e vá liberando a narina direita expirando todo o ar contido. Agora, inspire pela narina direita, mantendo a narina esquerda tampada. Em seguida, vá liberando o ar pela narina esquerda que vai sendo destampada. Repita novamente essa sequência, alternando as narinas. Faça essa respiração por uns 10 minutos.

Redução da pressão arterial e da ansiedade. Sente-se confortavelmente e com as costas eretas. Relaxa todo o seu corpo, dos pés à cabeça. Você vai escolher o tempo de inspiração que lhe for confortável (3, 4,5). Depois, você vai multiplicar esse tempo por 4 segundos, que será o período em que vai segurar o ar nos pulmões. Em seguida, divida esse tempo em que segurou o ar por 2, que será o tempo de expiração. Por exemplo: inspira em 3, segura em 12 e solta em 6. A contagem pode ser lenta para dar os segundos corretamente e, também, a expiração pode ser feita pela boca para ir liberando todas as tensões.

Acalma a mente e o corpo, trazendo benefícios como a redução da ansiedade e da pressão arterial. Escolha uma música calma e lenta (clássica, blues etc) de sua preferência, antes de iniciar o exercício. Sente-se confortavelmente, com as costas eretas e feche os olhos, de modo a sentir a música. Relaxe todo o seu corpo. Agora, inspire pelo nariz suavemente, pausadamente, lembrando-se da expansão do abdômen. Segure um pouco o ar e, depois,  vai expirando suavemente procurando expelir todo o ar dos pulmões, lembrando dos movimentos de contração do abdômen. Pode repetir por 10 minutos e, aos poucos, ir aumentando o tempo, gradativamente, de forma a sentir-se confortável.

Colabora na redução da pressão arterial e na diminuição do estresse e ansiedade. Sente-se em local confortável. Aquiete-se. Deixe suas costas eretas. Relaxe todo o seu corpo. Agora, escolha uma palavra positiva (amor, paz, mar, flores, harmonia, sol, tranquilidade, calmaria etc). Repita a palavra, lentamente, até que uma imagem relativa à palavra, apareça em sua mente. Respire profundamente. Agora, inspire o ar e segure por, aproximadamente, 4 segundos, depois expire pela boca de forma sonora por vários segundos, soprando o ar. Alterne com expirações dizendo a palavra escolhida, por exemplo. Pode repetir por uns 10 a 15 minutos.

Aumento do foco e da concentração, com redução do estresse e da pressão arterial. Sente-se confortavelmente. Feche os olhos e respire normalmente, paulatinamente. Registre qualquer tipo de sensação que esteja notando em seu corpo (os pés no chão, as nádegas na cadeira, as costas encostadas na cadeira etc). Apenas perceba. Observe os movimentos de inspiração e de expiração. Sinta o ar entrando e, depois, saindo do seu corpo. Continue respirando calmamente, percebendo tudo o que envolve esse processo, nesse exato momento. Repita por cerca de 10 minutos.

Considerações finais

Sabe-se que para ter uma saúde integral, é preciso exercitar e cuidar de todos os corpos. Com uma boa alimentação e com atividades físicas cuida-se do corpo físico. Com um trabalho mais focado na análise, descobertas e autoconhecimento, cuida-se do emocional.

E, através de terapias complementares e integrativas (meditação, yoga, terapia floral, ayurveda, acupuntura, fitoterapia, aromaterapia etc) e práticas afins,  cuida-se do mental e do espiritual.

A respiração correta requer treino, frequência e comprometimento em executar regularmente os exercícios, assim como, faz-se com os outros músculos do corpo nas atividades físicas convencionais. E está ao alcance de todos. Disponha-se a buscar a sua saúde integral e o seu bem estar geral.

Calma é a conexão consigo mesmo; paciência é a conexão com a vizinhança; paz é a conexão com o Universo. (Adriana Cristina Razia)

Fonte: Melhor com Saúde