O que é ansiedade?
A ansiedade é um efeito orgânico comum hoje em dia, que está presente na rotina da maioria das pessoas, com o ritmo intenso de vida, especialmente, as que vivem em grandes cidades, uma vez que existem diversas situações do dia a dia que favorecem o fato do indivíduo tornar-se mais ansioso.
Advém de preocupações, medos e exigências em geral, que acabam provocando a liberação de cortisol e adrenalina, trazendo aceleração ao corpo com o impulso de atacar ou de fugir.
Por que ficamos ansiosos?
Na sociedade em que vivemos, existe uma procura constante em adaptar-se o melhor possível diante das mudanças no cotidiano, além das inúmeras cobranças de todos os lados frente aos afazeres e devido ao desejo de sucesso nas diversas áreas da vida. Tudo isso e qualquer tipo de incerteza pode ser um “gatilho” para o desenvolvimento do transtorno.
A ansiedade mostra-se como um excesso de futuro, de preocupar-se (pré ocupar-se ou ocupar-se antes do tempo) com algo que ainda não aconteceu.
Pode surgir em situações onde há grandes expectativas e compreende um estado de excitabilidade fisiológica baseado em aspectos corporais como tensões musculares e sentimentos de apreensão. Assim, caracteriza uma reação natural do organismo, que configura o reflexo de susto.
No entanto, com sentimentos próximos de angústia e de aflição, o distúrbio pode emergir em diferentes intensidades e, podendo ou não, atrapalhar a vida do sujeito. Algumas vezes, as crises de ansiedade surgem em momentos de alegria, quando a pessoa aguarda algo que vai lhe fazer bem, por exemplo, uma viagem muito desejada. Mas, quando acompanhada de outras sensações como tristeza e estresse na expectativa de algo, ou mesmo, sem um motivo aparente, trazendo um certo desconforto, as crises podem se tornar patológicas, até porque podem resultar de algum trauma.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 3,6% da população mundial sofre de transtorno de ansiedade, já no Brasil, a estimativa é por volta de 9,3% da população.
Sensações provocadas pela ansiedade
Existe uma semelhança entre o medo e a ansiedade, onde ambos dizem respeito a um estado resultante de uma ameaça, que tem como objetivo a proteção do organismo.
Porém, o medo aparece, imediatamente, a uma reação de luta e de fuga.
Já a ansiedade mostra-se como um estado corporal e mental que antecipa essa reação, onde a pessoa passa a ter medo anteriormente, de fato, ele existir.
Nesse contexto, a ansiedade apresenta-se como uma sensação subjetiva de inquietude e de desconforto, em relação à antecipação das reações reais ou imaginárias, assim como, do medo de determinado fato desconhecido, estranho ou ameaçador.
Sentimentos são apenas visitantes, deixe-os ir e vir. (Mooji)
O que acontece em nosso cérebro?
O cérebro tem o comando sobre as reações fisiológicas do corpo humano e das emoções, onde analisa o ambiente e identifica possíveis ameaças e envia informações para todo o organismo através do sistema nervoso. Áreas como o hipocampo e a amígdala são responsáveis por essa inspeção.
Diante de um provável risco, o sistema nervoso lança uma série de reações. Assim, as glândulas suprarrenais, que localizam-se acima dos rins, liberam doses extras dos hormônios adrenalina e cortisol. Isso faz com que os vasos sanguíneos sofram dilatação, causando a aceleração dos batimentos cardíacos e preparando os músculos para a ação. Aparecem os sintomas: taquicardia, sudorese, tremedeira, falta de ar etc.
A adrenalina e o cortisol chegam ao cérebro, onde estimulam a produção de neurotransmissores, que deixam certas regiões da massa cinzenta em estado de alerta, por funcionarem como disparos elétricos na comunicação entre os neurônios, levando a uma reação em cadeia. Assim, as áreas do hipotálamo, dentro do sistema límbico, originam uma resposta ao estresse, exercendo uma regulação no eixo hipotálamo, hipófise e glândulas adrenais.
No transtorno de ansiedade, uma ou mais etapas desse mecanismo funcionam de forma exagerada, onde qualquer estímulo é considerado um perigo, originando respostas de forma desnecessária. Esse fato pode fazer diminuir o desempenho de algumas capacidades cognitivas.
A ansiedade é, então, uma resposta do organismo de caráter psicofisiológico que interfere na forma de perceber, associar e responder aos estímulos, funções que ocorrem no cérebro.
Situações que podem desencadear a ansiedade
Veja, agora, algumas das principais situações que podem gerar ansiedade:
- Rotina desorganizada, sem planejamento, com acúmulo de afazeres e com pouco tempo de realizá-las;
- Problemas de auto-estima;
- Problemas financeiros (contas atrasadas, dívidas etc);
- Dificuldade em relacionar-se com o outro (pessoal, familiar, profissional);
- Utilização de forma excessiva da tecnologia, por exemplo, ficar conectado o tempo todo às redes sociais virtuais;
- Sedentarismo;
- Levar problemas do trabalho para casa ou vice-versa;
- Outros.
As razões que podem desencadear distúrbios de ansiedade podem ser diversas, mas, o importante, é detectar os sintomas e procurar a ajuda adequada.
Sintomas mais comuns da ansiedade
O corpo fala.
O corpo do indivíduo pode mostrar que o transtorno de ansiedade está presente, através de diversos sintomas.
Confira alguns deles:
- Sensação de aperto no peito e uma intensa angústia;
- Respiração irregular ou dificuldade para respirar, como um aperto na garganta;
- Tonturas e desmaios;
- Náuseas e vômitos;
- Tensões musculares (costas e pescoço, principalmente);
- Sudorese excessiva;
- Tremores;
- Dores-de-cabeça;
- Alteração da visão (liberação de adrenalina fazem as pupilas dilatarem);
- Sono irregular;
- Costume de mexer as pernas ou os braços compulsivamente;
- Fadiga (diminuição abrupta de energia);
- Roer as unhas;
- Dores de barriga (diarreia);
- Irritação e nervosismo;
- Falhas na memória e dificuldade em se concentrar em alguma coisa;
- Consumo excessivo de bebidas estimulantes (como café etc).
Distúrbios derivados do transtorno de ansiedade
Segundo alguns especialistas, apesar de apresentarem diferentes causas e sintomas, existem alguns distúrbios que são derivados do transtorno de ansiedade, uma vez que, em todos eles há o sentimento de preocupação ou de medo.
São eles:
O gatilho específico é a interação social. Existe um medo irracional e exagerado de participar de eventos sociais, principalmente, com pessoas desconhecidas. O grande receio é ser avaliado, julgado, criticado ou ridicularizado. Isso faz com que se afaste do convívio social, preferindo interagir apenas com quem sente confiança e segurança.
Aqui os sintomas físicos associam-se aos cognitivos e emocionais. As crises iniciam-se de forma brusca, sem nenhuma razão e o indivíduo tem a certeza que vai morrer: o coração acelera (muitas vezes, o sujeito pensa que está tendo um infarto), o corpo estremece, apresenta náuseas e vômitos.
- Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
A pessoa tem a sensação persistente e desconfortável de que algo vai dar errado a qualquer momento e a vida vai sair do prumo. Os problemas são muito valorizados e a capacidade de resolvê-los é subestimada.
- Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)
Aqui a ansiedade não está tão evidente, podendo ser confundida por simples manias. Aparecem pensamentos invasivos onde o indivíduo só sente-se aliviado, ao repetir um comportamento padronizado sem um sentido lógico, para fazer diminuir o sentimento de angústia. Geralmente, a pessoa acrescenta um ritual a uma ação.
É o medo crônico e paralisante de objetos, animais ou situações específicas (por exemplo, medo de aranha ou de altura). Esse sentimento pode emergir através de uma experiência real, de um pensamento em particular ou de uma notícia muito marcante.
- Transtorno do Estresse Pós-traumático
Aqui a experiência ruim não sai da cabeça do indivíduo e passa a atormentá-lo por meio de flashbacks (por exemplo, soldados que retornam da guerra, abuso sexual, sequestro etc). Associados às lembranças, podem surgir sintomas como insônia, irritabilidade e pânico.
Tudo o que fazemos é infundido com a energia com a qual fazemos. Se estamos frenéticos, a vida será frenética. Se estamos pacíficos, a vida será pacífica. (Marianne Williamson)
Pilares do tratamento para ansiedade
Assim que for diagnosticado o distúrbio, o tratamento deve ser iniciado o mais breve possível, para que os sintomas não se agravem.
O tratamento deve buscar a redução dos sintomas físicos de desconforto, como insônia, agonia, dificuldade em respirar, tensões musculares etc, possibilitando ao paciente que consiga retornar a sua vida cotidiana de forma mais equilibrada.
No processo de recuperação do transtorno, além da indicação dos tradicionais medicamentos e terapias, existem os tratamentos com terapias integrativas e complementares, que também auxiliam na reversão dos sintomas.
Os pilares, então, são:
Devem ser sempre supervisionados por um médico psiquiatra, geralmente, em conjunto com outros métodos. As medicações tem o objetivo de reduzir e tratar os sintomas, de forma a ajustar os níveis de serotonina e noradrenalina, os hormônios que influenciam no humor.
Existem abordagens que irão trabalhar com os sintomas, na dessensibilização do paciente e favorecendo o seu relaxamento, além de lidar com as situações do cotidiano que possam trazer momentos de ansiedade. Outras posturas terão o objetivo de buscar e lidar com as causas desse transtorno, compreendendo os sofrimentos emocionais.
- Terapias Complementares e Naturais
Não substituem o tratamento com o médico psiquiatra, mas agregam diversos benefícios, podendo colaborar para o fim do transtorno. Muitas terapias trabalham com o autoconhecimento, percebendo a origem da questão, para então, buscar dentro de si a solução para a ansiedade. Algumas sugestões de terapias com resultados confirmados e animadores em transtornos emocionais como a ansiedade: meditação, acupuntura, aromaterapia, musicoterapia, fitoterapia, homeopatia, auriculoterapia, reflexologia, reiki, terapia floral, quiropraxia, massoterapia, yoga, tai chi, chuan, hipnose, arteterapia entre muitas outras.
Arrume o interior. E a parte externa se encaixará. (Eckhart Tolle)
Dicas práticas para acabar com a ansiedade
Controle a respiração, páre e respire profundamente, várias vezes ao dia, para colaborar com a redução da quantidade de cortisol (hormônio relacionado ao estresse e a ansiedade) no organismo.
Faça alguma atividade física, que traz benefícios para o corpo e para a mente, diminuindo o nível de ansiedade e trazendo mais serenidade. Ou experimente fazer caminhadas, que traz paz e serenidade, reduzindo os níveis de estresse e de ansiedade; também, colabora para acabar com os pensamentos negativos e propiciar que a mente flua livremente e em paz.
Faça meditação, que é uma prática que baixa as frequências cerebrais e harmoniza as energias psíquicas, propiciando o aumento da concentração e da imunização do corpo, possibilita ficar no momento presente, trazendo mais serenidade, felicidade e melhora a autoestima.
Uma vez que controlam o cortisol no organismo; opte pelos de camomila, erva-cidreira e melissa; evite apenas os que contenham cafeína (mate, chá-preto).
Escute música, toque um instrumento, ou conheça a musicoterapia, já que a música tem a capacidade de transpor barreiras emocionais, harmonizar e organizar o interior das pessoas. Diminui o estresse e a ansiedade.
Já que é uma prática que tem o poder de baixar os níveis de ansiedade e de estresse e melhorar a auto-estima, além de outros benefícios.
- Opte por terapias holísticas
Reduza o seu estresse diário procurando fazer alguma das terapias complementares e integrativas que trazem inúmeros benefícios, como a terapia floral, a meditação , a yoga, o reiki, a acupuntura, a auriculoterapia, a homeopatia, a fitoterapia, a quiropraxia, a massoterapia, a arteterapia dentre outras.
- Controle seus pensamentos
Evite pensamentos negativos e tente observar o problema como se fosse outra pessoa, de fora, para dimensionar a real gravidade da situação, procurando uma alternativa para a solução e sentindo-se responsável apenas pelo que for de sua alçada e não superestime a questão; transmute, imediatamente, o sentimento negativo quando ele surgir, pensando em coisas agradáveis e positivas.
- Alimente-se de forma saudável
Invista em alimentos com triptofano (aminoácido precursor da serotonina, que pode controlar a ansiedade) como a banana, grão-de-bico,aveia, melancia, chocolate amargo etc, e alimentos que de uma forma geral diminuem os níveis de cortisol, como o abacate, maçã, leite, limão, maracujá, sementes de girassol etc.
Seja mais organizado, planejando o seu tempo e organizando os seus objetos pessoais, tanto em casa quanto no local de trabalho, o que traz mais conforto, segurança, diminui a ansiedade e equilibra o emocional mais facilmente.
Cuide-se, olhe para si, até porque perceber as próprias necessidades favorece o direcionamento das metas de sua vida; esteja presente, atento a sua saúde e bem estar para ajudar na redução dos níveis de ansiedade e de estresse.
- Fortaleça o autoconhecimento
Pois ao se conhecer bem você consegue respeitar os seus limites, aceitar a si mesmo, a dizer “não”, a respeitar mais o outro, a agir sem culpa ou julgamento, a perdoar-se e a buscar o total alinhamento de suas necessidades.
Aposte em sua criatividade e aproveite até mesmo nos dilemas do cotidiano, para buscar resoluções diferentes e criativas (“pensar fora da caixinha”).
Aproveite para iniciar novos projetos, sem medo, sem procrastinar, colocando toda sua vontade e energia em novas experiências, que lhe tragam aprimoramento, elevem sua auto-estima e lhe propiciem bem estar.
- Exerça alguma atividade de doação ou trabalho voluntário
Colocando em ação o seu talento e habilidade, beneficiando alguma parte da sociedade, o que, particularmente, vai lhe fazer muito bem.
Tenha um ritual especial antes de dormir, mesmo que, normalmente, você não possa prever o que vai acontecer nesse meio tempo. Você pode evitar algumas ações que atrapalhem o seu sono repousante, como alguma atividade que leve à agitação, preocupação ou desgaste. Dê um comando mental para sua mente, para cessar qualquer pensamento que leve a conversa ou tumulto, quando você deveria estar relaxando para dormir. Nada que faça perder o sono. Encontre o seu jeito próprio de meditar, orar, fazer exercícios respiratórios, enfim, o que lhe fizer relaxar e acalmar a mente.
Vencendo a ansiedade
É preciso quebrar esse ciclo da ansiedade e como você viu até aqui, existem várias formas para isso e que estão acessíveis a todos.
O importante, depois de identificar suas dificuldades, é buscar o tratamento adequado, com determinação para seguir em frente, com coragem, errando e acertando, olhando para dentro de você mesmo.
Também, responsabilizando-se por suas ações, perdoando a si mesmo e ao outro, deixando de remoer lembranças do passado e de antecipar qualquer sofrimento de um futuro que não existe. Isso faz parte da biografia de qualquer um. Aceitar isso é fundamental para ter uma vida plena e feliz, mantendo a ansiedade sob seu controle.
Esse é o caminho para abrir-se para as imensas possibilidades que o Universo lhe oferece e acessar o alinhamento mental necessário para atingir o sucesso e a realização de seus sonhos.
O caminho do coração é o caminho da coragem (…) O coração está sempre pronto para enfrentar riscos. (Osho)